domingo, 16 de novembro de 2008

TEXTO: KIT SOBREVIVÊNCIA

KIT SOBREVIVÊNCIA NO MUNDO ACADÊMICO
by Juliana Pádua S. Medeiros

Sabemos que a vida não é um conto de fadas e que nem sempre é possível contar com a amizade da onça.
Por isso, muitas vezes, necessitamos recorrer ao “fantástico” kit de sobrevivência no mundo acadêmico.
TRENA → meça a distância entre sonhar e atingir os objetivos;
DADO → lance a sorte, mas trabalhe, arduamente, para merecer o sucesso;
LANTERNA → seja perseverante, mesmo que pareça não haver luz no fim do túnel;
BARALHO → tenha sempre uma carta na manga;
CONFETE → não espere ser, constantemente, reconhecido, porém, saiba valorizar a si próprio;
CD DO ABBA → dance, cante, enfim, liberte a alma nos momentos de stress;
PIRULITO → aprenda a usufruir o lado doce e infantil da vida, não permitindo que a pesquisa o engesse;
VARINHA MÁGICA → quando a coisa apertar, não tenha vergonha de pedir ajuda, até mesmo para a fada madrinha;
GORRO → creia no seu potencial, mesmo quando lhe disserem que ele não é significativo; (Senão existe Papai Noel, torne se um!)
PORTA-RETRATO → registre os melhores momentos não apenas na memória, pois a vida é breve e, também, há vida feliz no mundo acadêmico.

CONFRATERNIZAÇÃO - NICOLAU - 2007

CONFRATERNIZAÇÃO - NICOLAU - 2008

sexta-feira, 18 de julho de 2008

LINK: ANIMAÇÃO DE MARCELO RIBEIRO

AVENIDA RIO BRANCO: QUADRO A QUADRO


LINK: ARTIGO

O PROCESSO CRIATIVO DE PEDRO BANDEIRA: POR ELE MESMO


LINKS: SITES DE DANIEL MUNDURUKU



LINK: ARTIGO

UMA LEITURA DE A ÁRVORE DOS GINGONGOS, DE MARIA CELESTINA FERNANDES

FOTOS: V ENCONTRO DE LITERATURA INFANTIL NA UFRJ

ILUSTRADOR MARCELO RIBEIRO





Marcelo Ribeiro - formado em Desenho Industrial pela UFRJ, mestre e doutorando em Design pela PUC-Rio.
Realizou o desenho animado Avenida Rio Branco: quadro a quadro selecionado pelo Prêmio Petrobras (CurtaMetragem Mídia Digital).
Entre os livros que ilustrou, algumas publicações foram consideradas 'Altamente Recomendáveis' pela FNLIJ.

FOTOS: V ENCONTRO DE LITERATURA INFANTIL NA UFRJ

ESCRITORA ANGOLANA MARIA CELESTINA



Maria Celestina Fernandes, autora de A Árvore dos Gingongos, nasceu no Lubango, em setembro de 1945, e tem descendência quimbunda. Foi para Luanda com os pais criança ainda; nesta cidade cresceu e completou os estudos secundário e superior. Viveu, portanto, o final do tempo da colonização portuguesa em Angola. Presenciou toda a guerra contra os portugueses colonizadores, que teve início em 1961 e durou até a independência proclamada em 11 de novembro de 1975. Também vivenciou a guerra civil em seu país, que se estendeu até 2002. Maria Celestina cursou Assistência Social e é licenciada em Direito pela Universidade Agostinho Neto. Trabalha como consultora jurídica de instituições bancárias e é membro da União de Escritores Angolanos, sendo uma escritora principalmente dedicada à literatura para crianças.

FOTOS: V ENCONTRO DE LITERATURA INFANTIL NA UFRJ

ESCRITOR INDÍGENA DANIEL MUNDURUKU



Daniel Munduruku é graduado em Filosofia, tem licenciatura em História e Psicologia e é doutorando em Educação na Universidade de São Paulo.
É autor conhecido nacional e internacionalmente. Vários de seus livros receberam prêmios no Brasil e no exterior.
Comendador da Ordem do Mérito Cultural da Presidência da República.
Diretor-presidente do Instituto Indígena Brasileiro para Propriedade Intelectual - INBRAPI. Pesquisador do CNPq

FOTOS: MESTRANDOS DA USP NO V ENCONTRO DE LITERATURA INFANTIL DA UFRJ





FOTOS: V ENCONTRO DE LITERATURA INFANTIL NA UFRJ

PEDRO BANDEIRA



Escritor, jornalista, publicitário, teatrólogo, Pedro Bandeira de Luna Filho nasceu em Santos em 1942 e mudou-se para a capital paulista, onde passou a escrever tendo como público alvo os adolescentes.

terça-feira, 15 de julho de 2008

SEMINÁRIO: LANCELOTE E LAMPIÃO



Por Juliana Pádua

O seminário apresentado em 4 de junho de 2008 por Cristiano, Edna e Juliana, alunos devidamente matriculados no Programa de Mestrado de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa, traçava um percurso sobre o imaginário das novelas de cavalaria a partir dos textos clássicos do Ciclo Arthuriano, Literatura de Cordel, a obra Dom Quixote, o conto Pierre Ménarde e o exemplar de Literatura Infanto-Juvenil Lancelote e Lampião.
No primeiro momento, foram tecidas considerações a respeito do contexto sócio-histórico e das especificidades das Novelas de Cavalaria, apontando seus ciclos e o esteriótipo do cavaleiro medieval.
Após uma análise temática e estrutural, com base nas tramas de Rei Arthur e da Távola Redonda, explorou-se uma versão cinematográfica de Lancelote, o primeiro cavaleiro (1995).
Posteriormente, arguiu-se sobre a Literatura de Cordel, ressaltando suas características e o principal representante do imaginário cavaleiresco: Lampião.
Os textos teóricos de Nelly Novaes serviram de suporte para traçar uma trajetória entre esses dois tipos de produção literária.
Também, relacionou-se os escritos de cordel com outras linguagens, uma vez que foram mostrados trechos da minissérie Lampião e Maria Bonita (1982) e Auto da Compadecida (2000). Nessa observou a paródia do esteriótipo do canguaceiro, denominado, no filme, como Severino.
Em seguida, um dos integrantes do grupo comentou sobre o livro Dom Quixote, de Cervantes, atentando-se para o caráter sátirico em torno das Novelas de Cavalaria, uma vez que o protagonista tem o seu esteriótipo de cavaleiro todo subvertido.
Tal exemplar foi comparado com o conto Pierre de Ménarde, de Borges, o qual nota-se o processo de transcontextualização, tendo em vista que, mesmo havendo passagens idênticas ao do escritor espanhol, o texto escrito pelo argentino é superior ao de Cervantes, já que o leitores são outros, pertecem a outros contextos, logo possuem mais repertório para interagir e co-produzir os sentidos da obra.
Utilizou-se, igualmente, de fragmentos de uma versão fílmica de Dom Quixote (1992).
A obra Lancelote e Lampião, de Fernando Vilela, foi apresenta de três formas, sendo duas em forma de animação e uma terceira a partir da leitura do próprio livro.
Foram analisadas questões ligadas às ilustrações, temática, estrutura e diálogo com as Novelas de Cavalaria e Literatura de Cordel.
Por fim, discutiu-se sobre o imaginário das Novelas de Cavalaria, observando as transformações decorrentes do tempo, do contexto e da intencionalidade do autor.

RESENHA: POSIÇÃO DO NARRADOR NO ROMANCE CONTEMPORÂNEO : NOTAS DE LITERATURA I

ADORNO, Theodor W. Posição do Narrador no Romance Contemporâneo
Trad.: Jorge de Almeida. In: Notas de literatura I. São Paulo: Duas Cidades/ Editora 34, 2003. p. 55-63.


No ensaio Posição do narrador no romance contemporâneo, Adorno discute os limites do romancista e sua obra, observando que o romance deveria se concentrar naquilo que não é possível dar conta por meio do relato.
Só que, em contraste com a pintura, diz, a emancipação do romance em relação ao objeto foi limitada pela linguagem, já que essa ainda o constrange à ficção do relato.
Por isso, ressalta a grandeza de James Joyce que foi coerente ao vincular a rebelião do romance contra o realismo a uma revolta contra a linguagem discursiva.
Assim, nota-se que o narrador que apenas descreve, delimitando o seu papel e do leitor em lugares fixos, não pertence a contemporaneidade, pois a plasticidade (domínio do objeto) torna a obra distante do real.
O “inenarrável”, reconhecido somente na esfera psicológica, garante a verossimilhança, porque o relato apresenta só a representação (fachada, engodo).
Então, somente apenas a própria alienação, muitas vezes fornecida pelo fluxo de consciência, é que proporciona a essência, o “real” desvinculado da pretensão de narrar.
O romance tradicional enfoca o “convencer”, pois o narrador tentar envolver o leitor de modo que ele acredite no seu “contar de acontecimentos”.
Já, no contemporâneo, são nas entrelinhas, na ironia, na construção do texto, pelo entrecruzar do enunciado e da enunciação que se nota a veracidade dos fatos, muitas vezes, manipulado pelo narrador como nos romances românticos (idealização).
Enfim, observa-se, o papel do leitor ativo que participa da construção do sentido ao duvidar do que está sendo narrado.

RESENHA: SEIS PROPOSTAS PARA O NOVO MILÊNIO: LIÇÕES AMERICANAS

CALVINO, Italo. Seis Propostas para o Próximo Milênio: Lições Americanas.
Trad.: Ivo Cardoso. São Paulo: Companhia das letras, 1990.


Em Seis Propostas para o Próximo Milênio, Calvino reúne cinco conferências através das quais propunha a perenidade de determinados valores literários para o próximo milênio, listadas pelo autor na seguinte ordem: leveza, rapidez, exatidão, visibilidade, multiplicidade e consistência. Contudo, o autor faleceu antes de escrever a última conferência.

A leveza, na concepção de Calvino, está relacionada a elementos diversos que permeiam textos literários, capazes de fazer com que o leitor vivencie esta sensação. O autor faz considerações sobre a construção textual sinalizando como sendo esses elementos a corrente filosófica, o ponto de vista, as ferramentas lingüísticas peculiares, a definição da idéia e a precisão na linguagem, visando estimular, em especial, a percepção.

A leveza se manifesta no texto de Calvino através de metáforas que transmitem essa sugestão verbal. Assim, faz referências a autores diversos, como Cavalcanti e Ovídio, em busca de exemplos que façam com que o leitor imagine o quão necessário é a experiência de reunir tais instrumentos numa combinação capaz de alcançar a volatilidade da leveza, descrevendo-a como algo mais leve que uma nuvem, que uma pulverulência, uma espécie de campo de impulsos magnéticos (p. 27). Calvino ressalta ainda que para vivenciar a leveza é necessário conhecer a experiência do peso, saber o seu valor.

Cita três acepções diferentes para definir a leveza: a primeira seria um despojamento da linguagem que pudesse permitir aos significados uma consistência pouco densa. A segunda se relaciona com a narração de um raciocínio atravessado por itens que assegurem a abstração e, por fim, a formação de figuras visuais leves.

A Rapidez, tema da segunda conferência, questiona a duração, a conveniência em poupar o leitor de detalhes determinados em favor do ritmo, da lógica na narrativa. Calvino vê a rapidez como o nó de uma rede de correlações invisíveis (p. 47), a ferramenta essencial para a continuidade da narrativa, fazendo com que o leitor transite num campo de forças que envolve um liame verbal (que pode ser uma palavra que dê idéia de continuidade) e um liame narrativo (elemento que sustenta a narrativa numa relação lógica de causa e efeito).

Existe aqui uma preocupação com a estrutura e o estilo a fim de alcançar força sugestiva, além da busca constante pela melhor maneira de trabalhar a relatividade do tempo, ora dilatado, ora contraído, ora linear, ora descontínuo. Convém analisar a relação entre velocidade física e velocidade mental em que o leitor imagina a estória.

A terceira conferência discute a Exatidão, que, como descreve o autor, possui três pontos de atenção: (1) a boa definição de um projeto de obra, (2) a formação de idéias visuais nítidas e (3) uma linguagem precisa, capaz de traduzir detalhes do imaginário. A exatidão seria a qualidade de empregar a linguagem a fim de aproximar-se das coisas de modo a transparecer o conteúdo que as coisas transmitem sem o recurso das palavras.

A Visibilidade está relacionada à processos imaginativos, à qualidade de expressar imagens, uma vez que, para Calvino, a imagem antecede o texto no processo criativo devido ao seu caráter polissêmico. Cabe ao escritor ordenar tais significados de modo a deixar translúcida a sua intenção e as possibilidades diversas de leituras que o texto carrega consigo. Trata-se de lançar um olhar sobre a relação entre a análise direta do mundo, o universo ilusório e o mundo simbólico transmitido pela cultura e o curso abstração - condensação - interiorização de uma experiência sensível.

A Multiplicidade, tema da última conferência, é apresentada como uma sugestão de observar o romance enquanto suporte enciclopédico, um hiper-romance no qual o conhecimento pode ser abordado como numa rede que enlaça fatos, saberes e sistemas reciprocamente condicionantes, fazendo do texto multíplice o espaço de diálogo entre vozes dissidentes, sujeitos particulares e visões de mundo divergentes num processo constante de reconfiguração, no qual o conhecimento deve ser pensado de maneira permeável e expansiva.

FOTOS: CONFRATERNIZAÇÃO - DISCIPLINA DA MARA - PÓS