terça-feira, 15 de julho de 2008

SEMINÁRIO: LANCELOTE E LAMPIÃO



Por Juliana Pádua

O seminário apresentado em 4 de junho de 2008 por Cristiano, Edna e Juliana, alunos devidamente matriculados no Programa de Mestrado de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa, traçava um percurso sobre o imaginário das novelas de cavalaria a partir dos textos clássicos do Ciclo Arthuriano, Literatura de Cordel, a obra Dom Quixote, o conto Pierre Ménarde e o exemplar de Literatura Infanto-Juvenil Lancelote e Lampião.
No primeiro momento, foram tecidas considerações a respeito do contexto sócio-histórico e das especificidades das Novelas de Cavalaria, apontando seus ciclos e o esteriótipo do cavaleiro medieval.
Após uma análise temática e estrutural, com base nas tramas de Rei Arthur e da Távola Redonda, explorou-se uma versão cinematográfica de Lancelote, o primeiro cavaleiro (1995).
Posteriormente, arguiu-se sobre a Literatura de Cordel, ressaltando suas características e o principal representante do imaginário cavaleiresco: Lampião.
Os textos teóricos de Nelly Novaes serviram de suporte para traçar uma trajetória entre esses dois tipos de produção literária.
Também, relacionou-se os escritos de cordel com outras linguagens, uma vez que foram mostrados trechos da minissérie Lampião e Maria Bonita (1982) e Auto da Compadecida (2000). Nessa observou a paródia do esteriótipo do canguaceiro, denominado, no filme, como Severino.
Em seguida, um dos integrantes do grupo comentou sobre o livro Dom Quixote, de Cervantes, atentando-se para o caráter sátirico em torno das Novelas de Cavalaria, uma vez que o protagonista tem o seu esteriótipo de cavaleiro todo subvertido.
Tal exemplar foi comparado com o conto Pierre de Ménarde, de Borges, o qual nota-se o processo de transcontextualização, tendo em vista que, mesmo havendo passagens idênticas ao do escritor espanhol, o texto escrito pelo argentino é superior ao de Cervantes, já que o leitores são outros, pertecem a outros contextos, logo possuem mais repertório para interagir e co-produzir os sentidos da obra.
Utilizou-se, igualmente, de fragmentos de uma versão fílmica de Dom Quixote (1992).
A obra Lancelote e Lampião, de Fernando Vilela, foi apresenta de três formas, sendo duas em forma de animação e uma terceira a partir da leitura do próprio livro.
Foram analisadas questões ligadas às ilustrações, temática, estrutura e diálogo com as Novelas de Cavalaria e Literatura de Cordel.
Por fim, discutiu-se sobre o imaginário das Novelas de Cavalaria, observando as transformações decorrentes do tempo, do contexto e da intencionalidade do autor.

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