segunda-feira, 16 de junho de 2008

SEMINÁRIO: TATIANA BELINK E LÉO CUNHA

SÉTIMA MESA REDONDA: 12/06. Tatiana Belink: Di-versos russos, Limeriques; Léo Cunha: Cantigamente, Claves de lua e XXII!!, 22 brincadeiras de linhas e letras.

Mediadoras: Lucília Simões, Maria do Socorro Monteiro Rolim e Alessandra Mirna Vitório.


Tatiana fez, junto de Júlio Gouveia a primeira adaptação “para a TV de “O Sítio do pica-pau amarelo”, de Monteiro Lobato. Faz versões em português de “limericks”, modelos de poemas públicados em língua inglesa com conteúdo humorístico e considerados incultos. Vejamos aqui um trecho de uma das suas obra que ilustra bem o modelo de poesia que segue a autora:

Você asbe o que é
Cocanha?
Cocanha é uma terra
estranha,
País que se esconde
Ninguém sabe onde –
Lugar misterioso, a
Cocanha

O poema introduz ao leitor nuances da cultura européia ao tratar de uma lenda surgida no período medieval, quando se passava muita fome, sobre uma terra onde havia total abundância, fartura e tranquilidade.
Sua obra também possui fundo moralizante, como o que ocorre na maioria das obras consideradas infantis:

“Vida sem ação
Nem preocupação
Boa vida (pra vagabundo)...”


Seus poemas tratam, em geral, de temas muito relacionados ao universo infantil, desde aquilo que pode ser divertido à criança até a questão da gramática e da escrita, como a pontuação ortográfica. Todas as abordagens são lúdicas e transformam até assuntos chatos em diversão, além de fornecerem ao leitor diversas informações considerávelmente importantes na educação. Trata também de temas difíceis de se lidar, principalmente junto a crianças, como sentimentos relacionados à solidão, ao desprezo, a indecisão.

Léo Cunha, jornalista, cronista, crítico literário, contista e poeta tem cerca de 40 publicações literárias. Filho de proprietária de livraria especializada em literatura infanto-juvenil, lia muitos livros e os recomendava aos clientes da loja, tendo tido, assim, grande contato desde muito novo com a arte da literatura.
Busca trabalhar, em seus livros, com aspectos de todo tipo de arte como a música, as artes plásticas, etc... Resultam desse trabalho poemas belíssimos, como O mendigo e a lua, que veremos abaixo:

Se for de comer é queijo.
Se for de correr é bola.
Se for de gostar é belo.
Se for de gastar é sola
Se não for, é toda lua,
Se não for, é toda sua.

Com livros carregados de simbologia visual e intertextualidade com outras obras da literatura infantil, Cunha abre espaço à imaginação do leitor mirim. Em XXII!!, 22 brincadeiras de linhas e letras “o autor convida o leitor à interação”, como observou Socorro ao apresentar a obra que lida com o universo tecnológico da informática.
O livro-CD Clave de lua trabalha com três elementos em conjunto: a poesia, a música e a imagem. As imagens e ilustrações ficam por conta do livro, em formato tradicional infantil, e a inovação está no disco com canções que acompanham os poemas da obra, que são cheios de trocadilhos, jogos de palavras, ludismo, fantasia e referencias a histórias clássicas da literatura infantil/juvenil. Mais uma vez, uma inovação trazida pelo autor ao universo da literatura infantil.
Como disse Alessandra, Léo Cunha consegue uma grande abrangência com sua obra, abordando universos amplos e criando, assim, uma certa universalidade com sua obra.

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